sábado, 30 de janeiro de 2010

QUEM NUNCA TEVE VONTADE DE SAIR "À LA AUDREY" QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Eu torço o nariz para brechós (tenho meio nojinho de usar a roupa de uma pessoa que, provavelmente, está morta), mas uma amiga me mostrou esse site hoje e eu estou babando.

http://www.poshgirlvintage.com/

Tem roupas, sapatos, bolsas, acessórios e curiosidades. Baldes de vestidinhos no New Look Dior, chapéus cloches, clutches, tudo super bem conservadinho, catalogados por épocas e precinhos mais interessantes do que os equivalentes dessa categoria no Brasil.
Os mimos começam na década de 20 (!!!). ´


Dá até vontade de desfilar por aí de luvas, chapéu, sombrinha...


LIMITES

Quando eu era mais nova detestava essa palavra. Como boa filha de pedagoga, cresci ouvindo que criança precisa de limites. A gente sabe que isso é verdade. Que a principal razão de termos hoje adultos tão inseguros, irresponsáveis e homens tão confusos com os próprios sentimentos (vai me dizer que você nunca saiu com um cara com problemas de comprometimento???), foram pais que forneceram infâncias libertárias e permissivas. Descarregaram toda a culpa (e nem vamos discutir culpa porque isso é um buraco negro) em uma criação inconstante e que originou hordas de adultos de caráter falho. Acho que é normal manifestar rebeldia contra qualquer tipo de limite na adolescência. É por isso mesmo que existe essa fase horrorosa no desenvolvimento humano. Mas nada de desculpas quando se atinge o mínimo de maturidade. Gente que chega aos 30 dizendo que “não gosta de se limitar”, “quer deixar várias opções em aberto” precisam abandonar a adolescência porque o sinal do recreio já bateu há muito tempo. (Curiosamente essas são as mesmas pessoas que passam a vida fazendo sempre as mesmas coisas. Bebendo nas mesmas baladas. Se relacionando com as mesmas pessoas. Com péssimos hábitos alimentares e sempre mantém relacionamentos superficiais e promíscuos) A grande descoberta dos limites com a maturidade é o quão libertadores eles podem ser. Parece que não faz sentido, mas faz. Durante minha formação em teatro tive muitas aulas de expressão corporal. Em um dos semestres do curso meu grupo foi designado a uma nova professora que trabalhava com a técnica de Klaus Vianna. Até então eu estava acostumada mais com técnicas, digamos, libertárias. Rolávamos no chão, bufávamos, nos contorcíamos aleatoriamente. Resquícios de uma arte que se recusa a sair dos anos 70. Então essa professora entra na sala propondo exercícios que limitavam nossos movimentos. “Vocês vão andar usando apenas os calcanhares”. “Vão se levantar do chão usando 5 movimentos”. E por aí foi destrinchando nossos corpos e nossos movimentos, nos obrigando a repensar a maneira como estavam habituados a se mover. No início detestei as aulas. Ficar repetindo infinitas vezes partituras corporais me fazia sentir presa, tolhida. Mas assim que apliquei esses exercícios na composição de uma personagem, no palco, percebi que eu estava me libertando para uma cartela de possibilidades que os meus hábitos corporais não me permitiam enxergar. Limitar meus movimentos a algumas regras pré-estabelecidas me obrigou a desafiar minha zona de conforto e ampliou minha percepção de movimento. Desde então passei a me relacionar com os limites de uma maneira completamente diferente. Acho que são bênçãos. Essenciais ao processo criativo. Minha professora de texto, a tão generosa Noemi Jaffe, sempre coloca algumas restrições para nossos exercícios de narrativa. “Escreva um texto de 30 linhas com no máximo 5 adjetivos”, “Que possua 3 aliterações”, “Sem utilizar o verbo Ser em qualquer conjugação”. Cada vez que nos impomos alguma limitação somos obrigados a buscar alternativas para dizer a mesma coisa de uma maneira diferente, e assim alcançamos uma produção mais sofisticada, diversa e autoconsciente. Antagonicamente, as possibilidade ficam ilimitadas. Com a maturidade também enfrentamos vários outros tipos de limitações que se tornam libertadoras. A idade limitou a capacidade do meu corpo de processar álcool, então eu fui obrigada a descobrir todo um novo leque de opções para me ocupar à noite e substituir meus hábitos boêmios. O que me permitiu descobrir hábitos diurnos que eu não tinha, e uma qualidade de vida que eu não conhecia. O corpo é excelente para nos impor limites. Outro exemplo é meu pulmão, que depois de três internações seguidas por pneumonia, resolveu se revelar asmático. (Parece que tenho brônquios menores dos das pessoas normais.) E eu fui obrigada a andar com uma bombinha na bolsa, vigiar minhas alergias e (depois de muita resistência) parar de fumar, o que me abriu um mundo todo novo de sensações, cheiros, gostos e percepções do meu próprio corpo. O que eu quero dizer é que, sempre que nos deparamos com um limite, somos obrigados a contornar o caminho. Pensar em uma nova direção a seguir. Desligar o piloto automático e tomar nas mãos a direção. E isso vale para relacionamentos também. Acho importante limitar a influência dos outros sobre nós. Quando nos limitamos ao nosso espaço interior de silêncio, descobrimos uma maneira muito mais generosa e ampla de enxergarmos os outros e a nós. Sempre que me sinto constrangida, ameaçada ou impelida por outra pessoa, paro e digo para mim mesma: “É ela, não sou eu.” Existem bilhões de pessoas no mundo, e se deixarmos que todas elas tenham uma opinião sobre nós ficaremos estagnados e perdidos, sem sair do lugar. Escolha uma única pessoa para influenciar a sua vida. Limite essa opção a uma única pessoa. Uma pessoa que tenha todos os dados para emitir uma opinião razoável sobre o que pode te fazer realmente feliz (caso não tenha entendido só existe uma pessoa assim e é você!). Atenha-se a influência dessa única pessoa, e você vai ver como um mundo completamente diferente vai se abrir a sua frente. Diversos obstáculos serão desobstruídos, e você vai poder explorar tudo o que há por trás deles. Eu sei que não é fácil, que não é como apertar um botãozinho e mudar a configuração do Windows. Mas, assim como nas aulas corporais de Klaus Vianna, crie uma “partitura” e fique repetindo várias vezes. A tendência do corpo é voltar para o hábito. A prática cria um novo hábito.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Meu horóscopo me mandou ficar quietinha hoje. Disse que a comunicação estaria péssima.
Pedi pizza no Bráz, pão de calabresa. Vendo filmes bobos na TV.
Dois textos para escrever. Vários trabalhos para pesquisar.
Livros para ler.

MORTAL


Sabe que Marilyn Monroe seria considerada "gordinha" nos dias de hoje. O problema é que não faz a mínima diferença para nós mortais, pois ela continuaria sendo uma deusa, e nós continuaríamos sendo mulheres normais. E ela continuaria parecendo estonteante, mesmo caída no chão, chapada, como na foto acima. E nós. Bom, nós... É melhor nem experimentar!


Sabe que só a Brigitte Bardot nasceu com um corpo desse. Depois dela mais ninguém. Eu tenho certeza que foi sem querer. Um defeito, algo que saiu fora dos padrões de produção. Alguém lá em cima deve ter sido demitido por essa falta grave. Se esse fosse o design ideal para nós, mulheres mortais, Deus faria todas assim. Eu não ficaria deprimida com os meus braços de "Mamma Italiana", e várias amigas minhas estariam contentes com seus cabelos, suas coxas, suas cinturas (ou falta de), seus quadris, seus narizes, seu peitos. Os peitos, aliás, poderiam ser muito mais firmes. Peitos firmes depois dos trinta são bem legais.


Sabe que depois da Jane Fonda, só a Ana Hickman teve tanta perna assim. Só que a Jane Fonda nem usava photoshop. Mesmo eu tendo a mesma altura dela (da Jane Fonda, não da Ana Hickman!!!) minha perna chega só até a cintura. E eu também não uso photoshop.


Sabe que a Liz Taylor casou umas duzentas vezes. Dessas, metade foi com o mesmo homem. E sempre que ela tira uma foto, ela está leve, fresca e despretenciosamente cool. Mas se vai a mortal aqui tentar fazer, já enrosca o pé no laço, tropeça, cai de bunda no parachoque do carro e ganha uma boa dúzia de hematomas.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

AMADA

Eu talvez seja a pessoa mais carente do mundo. E a que menos dá pinta disso. Não sei se é o dia, o momento, a contagem regressiva. A cama vazia. O terapeuta que está tão empenhado em me fazer chorar. Não sei o que é. Mas estou hoje com a sensação de que não fui amada o suficiente na vida.
É meio triste isso, pode parecer. Mas na verdade não é. Triste seria não estar carente pela falta desse amor. Peço perdão aos amigos incríveis, que desde já me enchem de carinho, adiantam saudades, e certamente vão fazer muita falta nos meus dias nos próximos meses. Vocês me amam, eu sei, eu sou grata, eu amo de volta. Ainda assim não sou amada. Entendam que o "ser amada" ao qual me refiro é aquele sentimento de completude que buscamos sentir pelo menos uma vez na vida. Aquele amor de abalar estruturas. Amor entre duas pessoas, incondicional, arrebatador, indomável, enlouquecedor. De tirar o fôlego, arrancar os pés do chão. Aquele amor que é seguro, e está certo de que é. E faz com que o mundo se modifique em cores saturadas, sons de violinos e cabelos que se espalham em câmera lenta. Esse amor nos permite enxergar com clareza. É aquele que justifica a vida, transforma a percepção de nós. Amor que fertiliza.  Desse amor que é capaz de fazer sumir os limites entre céu e terra, esse amor eu nunca tive. Os meus amores foram primários. Foram amores café-com-leite. Mesmo aquele, que me roubou dois meses de noites aos prantos quando se foi, mesmo aquele, se foi. E o amor do qual estou falando, esse não consegue partir. É incapaz de abandonar. Então, por mais que houvesse amor, não foi amor suficiente. Dentro da minha republiqueta latino-americana particular, eu me nomeio ditadora, e como ditadora eu determino que deve haver mais amor que me mereça. Um amor tarja preta. Repleto de efeitos colaterais. Ou que não haja amor nenhum.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

PÉROLAS DOS MEUS SOBRINHOS



- E EU QUERO SER METEORO!
Meu sobrinho tentando explicar ontem, na hora do almoço, o que ele queria ser quando crescer.
- Como assim?
- EU QUERO SER METEORO, TIA DRI.
- Meteoro, Rafa? Mas como é que você vai ser meteoro?
- METEORO! METEORO! Aqueles homens que estudam o tempo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A NOVA FAXINEIRA

Finalmente consegui uma nova faxineira. Depois que Dona Salete me abandonou para cuidar da mãe doente na Paraíba (ainda acho um absurdo a escala de valores dela! Humpf!), Giovana começou hoje. Me pareceu super dedicada, desde o contato por telefone.
- Gosto de começar bem cedinho, chego por volta das 8h.
Para mim o cúmulo da dedicação, imaginando ainda que hoje é feriado e Giovana mora em São Mateus
Eu estava extasiada. Uma faxineira nova todinha para mim. Para eu treinar com todas minhas manias e obsessões de limpeza. Decidi causar uma ótima impressão. Eu acordaria bem cedo, tomaria banho, café. Estaria vestida e maquiada, impecável para receber a nova faxineira. Sempre tenho esse delírio de que poderia ser uma "Stepford Wife" (aquelas mulheres do romance de Ira Levin, que de tão perfeitas eram robôs). Fui dormir ontem me imaginando hoje cedo, abrindo a porta do apartamento vestida em um tubinho casual e escarpins, segurando uma caneca com o café recém-passado, cabelos em um channel perfeito, lendo o jornal com ar intelectual. Ah! Ela pensaria: "Nossa! Essa 'dona' é toda elegante. Chic de verdade!"
Então hoje o despertador tocou às 6h40. E como sempre eu apertei o botão do Snooze umas 12 vezes. Tomei meu banho correndo, enxuguei com pressa o cabelo com a toalha, vesti calcinha e soutien e desci para o andar de baixo. Coloquei café na bialetti e fui até a porta, escovando os dentes, para pegar o jornal. Quando eu abro a porta, levo um baita susto. Giovana está parada do outro lado, aparentemente há alguns minutos. Eu, toda descabelada, molhada, escova de dentes na boca, vestida apenas com calcinha e soutien. Não. Essa não era a imagem segura e elegante que eu queria passar para a nova faxineira. Depois desse episódio constrangedor, decidi que Giovana poderia fazer o que ela quisesse no loft. Eu não tinha moral nenhuma para exigir rotinas ou "ordem de cores" no closet
Droga! Sou sempre vencida pelas faxineiras.

30 PROGRAMAS OBRIGATÓRIOS EM SÃO PAULO

Não se atreva a dizer que conhece São Paulo se você não fez pelo menos metade dos programas abaixo (e olha que estou sendo generosa com a nota de corte!)
Da lista, nunca fui no Skye, nem subi no Martinelli (o Prédio do Banespa). Eu sei. Falha muito grave. Talvez eu as corrija hoje, como presente de aniversário.

1

Comer sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau no Mercado Municipal;
2

Conferir os Cantos Gregorianos do Mosteiro de São Bento;
3

Assistir a um concerto na Sala São Paulo ou no Teatro Municipal
4

Apreciar a vista da Torre do Banespa;
5

Assistir à montagem de um musical da Broadway numa das casas de espetáculos;
6

Fazer um roteiro de compras entre a Rua 25 de Março, os bairros do Brás e do Bom Retiro;
7

Jantar no Terraço Itália apreciando a vista em 360º de São Paulo;
8

Visitar um dos grandes museus da cidade, como Masp e Museu do Ipiranga;
9

Curtir os bares da Vila Madalena e as baladas da Vila Olímpia;
10

Visitar o Parque do Ibirapuera e suas atrações;
11

Fechar a noite numa das inúmeras padarias 24 horas da cidade;
12

Caminhar à noite pela Avenida Paulista;
13

Visitar o diferente Museu da Língua Portuguesa e a incrível Pinacoteca, ambos na Luz;
14

Conhecer centenas de espécies de animais no Zoológico e dar uma esticada até o Jardim Botânico;
15

Conferir o cardápio de uma das cantinas do Bixiga;
16

Visitar a rota das grandes grifes internacionais na rua Oscar Freire e no Shopping Iguatemi;
17

Tomar um chá no restaurante Skye, do Hotel Unique;
18

Assistir a um páreo no Jockey Club;
19

Subir no Pico do Jaraguá;
20

Passar um dia relaxando em um dos vários spas, com direito a banho de ofurô e massagem relaxante;
21

Visitar as feiras da Liberdade e da Praça Benedito Calixto;
22

Ir a uma das 1500 pizzarias da cidade;
23

Conferir uma corrida no Autódromo de Interlagos;
24

Assistir a um jogo no Estádio do Pacaembu;
25

Passear em umas das mega livrarias de São Paulo, como a Cultura, do Conjunto Nacional, e a Fnac, na Paulista;
26

Visitar uma das centenas de exposições da cidade;
27

Tomar um café em uma das cafeterias internacionais, como Havana e Starbucks;
28

Passear pelo Centro Histórico, passando pelo Pateo do Collegio, Largo São Francisco, Marco Zero e Catedral da Sé;
29

Visitar uma grande feira em um dos centro de convenções paulistanos, como o Parque Anhembi;
30

Participar de um ensaio em uma quadra de escola de samba.