sexta-feira, 16 de agosto de 2013

FLORESCENDO



Semana cheia de surpresas. Se por um lado a saúde anda frágil, por outro tudo o que eu escrevo me faz mais feliz. Minhas colunas no PPQO essa semana foram avassaladoras. O John passou a semana empolgado, dividindo comigo os stats e celebrando um dos textos mais lidos de todo site. Fico feliz. Não só porque massageia o ego, e meu ego é um bichinho adestrado que faz direitinho seu trabalho histérico e carente; mas também porque sei como o PPQO é um projeto legal, como tem gente boa e com muita garra investindo nesse site, e se meu texto ajuda a contribuir para o sucesso, então VIVA! É aquilo que estava dizendo, quando escrevo perco o direito sobre o texto, e acredito que ele só se realiza quando passa a ser lido. Uma vez ouvi que “a folha está sempre em branco”, porque mesmo quando superamos o bloqueio criativo e escrevemos, o texto só se realiza quando é lido. Enquanto ninguém lê, a folha continua em branco. É um pensamento que me agrada. Além do sucesso das colunas, uma grande novidade. Vamos virar livro! Pois é. Ainda acontecendo de forma embrionária, mas em breve as melhores colunas do PPQO vão ser editadas em livro. Luxo duplo desse ano em que já debutei em tantas coisas. Falta enfim terminar meu livro autoral. Falta é muita vergonha na cara. De qualquer forma já agendei na Tattoo You um  horário para fazer minha tatuagem. Minha primeira. Vão ser flores de cerejeira, uma para cada conquista literária. O objetivo é ficar velhinha um dia com o ombro mais florido do mundo. :-)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O LADO BOM DA VIDA



Nos últimos dias estou sucumbindo a uma crise de stress. Estou enfrentando alguns problemas particulares e, mais uma vez, a vida está me mostrando que eu não sou forte o suficiente. O resultado é que o stress, que eu “sabiamente” ignorei na esperança que ele deixasse de existir sozinho, passou a somatizar fisicamente. Primeiro um sono violento, falta de energia, irritabilidade, início de depressão. Então nesse final de semana uma crise de alergia de pele. Estou com dermatite nos braços, unhas quebradiças, a pálpebra do olho inchado. Até aí eu ainda estava duvidando do poder do stress. Mas quando chegamos no limite, quando nos sentimos sufocados pela impotência de não poder fazer nada, a garganta trava. Assim, do dia para a noite, fiquei completamente afônica, com uma bela inflamação de garganta. Daquelas que nos impedem até de atender ao telefone. Quando isso acontece a gente para tudo. Cancela a corrida, desencana dos compromissos. Guarda todos os recursos para que o corpo possa se recuperar e combater o inimigo. Portanto, guardada em casa e com a boca fechada à força, resolvi tirar o atraso de filmes que eu queria ter visto e não vi, seja por falta de tempo, seja por falta de coragem de ir ao cinema sozinha. 
Ontem vi “O Lado bom da vida”, o filme que deu à Jennifer Lawrence o Oscar de melhor atriz. Se ela mereceu? Não. Muito menos tirando o prêmio de Emmanuelle Riva no arrebatador “Amour”. Mas a garota faz bonito, em um papel que exigia muita honestidade e delicadeza para ser justo. Eu gosto de filmes em que as pessoas encontram o amor, gosto de histórias em que mesmo as pessoas mais improváveis de encontrarem o amor, encontram o amor. Porque não acredito em uma fórmula perfeita de felicidade eterna, mas acredito sim que, desde que você esteja disposto e vulnerável, a vida pode ter surpreender por inteiro. Não acredito em gente perfeita, gente sem falhas, sem culpas, sem arrependimentos. Se você não flertou com a loucura, não teve o seu momento na borda da piscina, é bem provável que não tenha vivido direito. E vão nos dizer sempre que não pode ser assim. Sempre haverá quem nos queira controlar, quem nos alerte sobre os comportamentos adequados. Sempre haverá alguma medicação para nos enquadrar no que é considerado correto, convencional. Mesmo que você não se reconheça, mesmo que você se torne um estranho para si mesma. Por isso precisamos encontrar os nossos iguais, aqueles loucos como nós. Para nos amar é preciso ter passado por uma loucura igual a nossa. Só mesmo na insanidade acreditamos em coisas assim. Perdendo de 10x0 para as adversidades que não sei como resolver, calada muito mais na alma, do que na voz em si, mas ainda assim acreditando que haverá quem consiga entender exatamente onde dói em mim. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013




Escrever é uma coisa engraçada. Não é o tipo de coisa que dá para encher muita linguiça. Você não consegue disfarçar falta de conteúdo. Ou tem, ou não tem. Você pode ser um ator medíocre, mas ainda assim sair em capa de revista, protagonizar novela das 9 e ganhar muito dinheiro fazendo campanhas publicitárias. Mas você não pode ser um puta escritor, sem ser um puta escritor. Você não pode provocar as pessoas sem ter opinião. Você não vai conseguir prender o leitor no seu texto, surpreender, emocionar, se não souber exatamente o que está fazendo. Se não tiver um bom domínio de seu estilo, se não escolher as palavras certas. É diferente de quando a gente fala. Em uma conversa. Nossa opinião fica diluída no ambiente, nas inflexões usadas, no tom de voz. No histórico que temos com o interlocutor. Se falamos com uma pessoa que gosta da gente, a tendência ao conteúdo do discurso ser bem recebido é maior. Quando alguém manifesta uma opinião contrária a nossa, nos inflamamos e falamos por cima, cortamos o raciocínio, fragmentamos a explicação. Escrever é colocar em público o processo de reflexão que muitas vezes não ousamos partilhar em uma conversa, porém a reação a leitura é muito mais forte do que a da palavra falada. Quando se lê, apropria-se do que está escrito. Ainda que o conteúdo seja pessoal, único e intransferível, há quem se ofenda com as palavras dos outros. Quando escrevo perco o direito às palavras. Aceito a livre interpretação do meu interlocutor. Talvez também por isso eu não responda comentários aqui. Quando comentamos um texto, comentamos mais o reflexo que enxergamos nele, do que as intenções de onde eles saíram. Não seria educado intervir na auto-imagem de ninguém.